segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Dica: Como Pensar em Inglês?



Sempre recebo e-mails nos quais as pessoas perguntam de modo quase desesperado como elas podem começar a pensar em inglês. Uma pergunta que é prima dessas é feita assim, “Como deixar de pensar em português?”.  Diante dessa mania que as pessoas têm em querer saber o que fazer para começar a pensar em inglês, decidi escrever este texto.
Antes de qualquer coisa, devo dizer que se você está em busca de uma fórmula milagrosa para começar a pensar em inglês, sinto muito, tal fórmula não existe. Bom! Eu ainda não fui apresentado a ela. Para ser bem sincero, se alguém a tivesse estaria mais que bilionário neste momento. Portanto, aquiete-se! Você certamente não encontrará um líquido ou pó mágico que o fará pensar em inglês da noite para o dia. Também não adianta pegar um porrete e bater na cabeça para ver se muda algo.
Veja bem! Quando nós nascemos, nosso cérebro é como se fosse uma esponja. Tudo o que passa à sua volta é percebido com os sentidos básicos (paladar, audição, tato, olfato e visão). O cérebro aprende a decodificar as coisas e assim compreender o mundo no qual estamos inseridos. Conforme vamos crescendo, o cérebro entra em uma ebulição de aprendizado lingüístico. Aprendemos a nos comunicar na língua que nos cerca. Nosso querido cérebro aprende a raciocinar, pensar, fazer cálculos, processar, analisar, decodificar informações, se expressar, etc., na língua a qual ele se acostumou a fazer isso tudo. No nosso caso o português.
Tentar mudar tudo isso de uma hora para outra é como se a NASA decidisse criar um dispositivo que fizesse o planeta Terra inverter o seu movimento de rotação. É simplesmente impossível fazer isso acontecer de uma hora para outra. No caso de inverter a ordem na qual a Terra gira é impossível de qualquer maneira. Já no caso de aprender a pensar em inglês é possível, mas leva tempo, prática, paciência, dedicação, envolvimento com a língua e coisas assim.

O que eu faço para pensar em inglês?” era uma das perguntas que eu me fazia quando comecei a estudar inglês. Eu desejava mais que tudo pensar em inglês o tempo todo. Minha vontade era a de ir dormir e acordar pensando em inglês. Eu queria acordar falando inglês pelos cotovelos. No entanto, havia um problema! Minha família, amigos, colegas de escola e trabalho, etc., só falavam português, então como é que eu iria acordar pensando e falando inglês. Simplesmente impossível! Não tinha como! Minha mãe já me tirava da cama dizendo, “Acorda, guri! Cê vai chegar atrasado à escola”. Isso era recebido, processado e decodificado em português. Logo, a resposta também era em português, “Não, mãe! Deixa ficar só mais um pouquinho!”. Pronto! Lá se ia à idéia de acordar falando inglês. Se eu falasse em inglês, seria até cômico! Minha mãe ficaria assustada!
Nesse momento, você deve estar pensando, “então a melhor coisa a fazer é morar fora do país!”. Minha resposta é sim e não! Pois, já falamos aqui que morar em um país de língua inglesa não é garantia de que você aprenderá a falar inglês fluentemente. Ou seja, alguém pode morar em um país de língua inglesa e aprender a falar inglês bem ou não. Por quê? Onde está o problema?
Quando você pensa em dizer algo em inglês o processo ocorre mais ou menos assim: o conceito » pensar em português » traduzir para o inglês usando as regras e palavras soltas que sei » falar. O melhor é encurtar esse processo deixando-o assim: o conceito » pensar em inglês » falar. Temos de aprender a eliminar as etapas de “pensar em inglês” e “traduzir”. O cérebro deve processar a nova língua de modo natural assim como acontece na nossa primeira língua: o conceito » pensar em português » falar. Detalhe esse processo mais curto em nossa própria língua, de acordo com os especialistas, ocorre em apenas 600 milissegundos. Esse é o tempo que nosso pensamento leva para ser verbalizado (pensar e sair falando). Em uma segunda língua devemos tentar chegar o mais perto disso possível! Mas, como?

Eu já dei inúmeras dicas aqui no blog de coisas que você pode fazer no dia a dia para começar a se acostumar com essa coisa de pensar em inglês: fale inglês sozinho, ouça e decore diálogos curtos, repita e leia sentenças e textos curtos em voz alta, faça inúmeras atividades, envolva-se o máximo possível com a língua inglesa, ouça músicas em inglês e tente decorar as letras e cantá-las, quando sozinho em um local procure pensar em inglês e não em português. Enfim, no final deste texto incluo os links para os textos nos quais eu descrevo as maluquices que eu fazia para desenvolver minha fluência (pensar em inglês o tempo todo).
Lembre-se: seu pior inimigo é você mesmo. Se você não mudar sua atitude e perceber que tudo depende de você mesmo, essa coisa de pensar em inglês não vai rolar. Ao invés de ficar passeando pela internet procurando por uma dica milagrosa, você deve começar a se organizar, estabelecer um objetivo, investir em materiais, ouvir inglês, ler inglês, escrever em inglês, ter um horário de estudos… Enfim, VOCÊ é e faz a diferença. Que você quer aprender a pensar em inglês, você já sabe! Agora está na hora de tomar uma atitude e começar a fazer isso. Afinal, ninguém fará isso por você. O cérebro é seu! Então, é você quem tem de fazer algo para fazer com que seu cérebro se acostume a pensar em inglês. Milagres não acontecem!


http://www.inglesnapontadalingua.com/2012/12/como-pensar-em-ingles.html



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