Eu duvido! Duvido que você não chame meu nome quando você sente falta de alguém, duvido que não sinta falta do meu carinho sempre tão sincero, falta de me contar como foi seu dia, as histórias da sua vida que sempre foram pra mim melhor do que qualquer novela. Duvido que você não me procure nas biscates que você pega por aí, sempre tão vazias. Vazias igual a sua liberdade idiota que nunca te serviu pra nada. Talvez esse seja o nosso problema, eu sou completa demais pra sua vidinha mais ou menos. Eu sinto, eu penso, eu falo, eu te conheço, isso te assusta né? "Tô invadindo seu espaço? Desculpa." Essa fui eu, durante todo esse tempo, me desculpando por que mesmo?
Me diminui pra você ficar
maior, pra você não me perceber entrando na sua vida. Se você pudesse sentir o
quanto isso dói você quem iria se desculpar. Eu queria ligar pra você, e te
falar sem pausas tudo que eu ensaio toda vez que você me magoa, mas nunca digo
pra não te magoar, afinal você não me faz mal por mal, e talvez esse seja o
pior mal que se possa fazer a alguém, tão natural. Bobagem, como se algum
ensaio no mundo fosse me deixar firme depois do seu "alô".
Então é isso, tô te
escrevendo! Sempre fui mais segura com as palavras. Tô te escrevendo pra talvez
um dia te enviar, mas to escrevendo.E não é sobre você dessa vez, é sobre mim.
Sobre o quanto eu sou boa, igual a mim tá difícil meu bem ! Sobre como eu não
preciso usar cinco centímetros de saia e um decote no umbigo pra ser mulher;
Sobre como, ainda assim, só eu sei fazer de você um homem. Sobre muitas coisas,
mas principalmente, sobre quantos homens eu poderia estar saindo nesse exato
minuto. [...] Você não deve acreditar muito nessa ideia, pelas tantas vezes que
eu quase fui, mas um dia eu vou.. sempre foi assim ! Mas deixa eu te contar um
segredo: se eu for, eu não volto.
[Tati Bernardi]
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