“Eu não te amo. Não te amo porque fizemos uma aposta idiota na qual perderia quem se apaixonasse primeiro. Não te amo porque você é como eu, vive na defensiva e manipula tudo e todos que encontra a sua volta, você é extremamente sem pudor ou arrependimentos, você faz o que tem que ser feito pra conseguir o que quer sem se importar com os sentimentos alheios. Assim como eu você já sofreu por amor, e por causa disso você não se permite amar de novo. Não te amo porque sei que vou sofrer porque você nunca dará o braço a torcer de que sente o mesmo por mim. Não te amo porque a distancia que me impede de te ver, de te tocar, de te sentir é muito grande. Não te amo porque desaprendi amar. Não te amo porque você é diferente das pessoas fofas e amáveis que conheço. Não te amo porque seu sorriso me seduz e esses sorrisos são como o bote da serpente, te hipnotizam, te atacam, te devoram e depois que conseguiram o que queriam, somem, vão atrás de outra presa. Não te amo porque você me vê sem mascaras nenhuma, me vê apenas pelo que sou e me acha fofo. Não te amo porque você mente. Não te amo porque você é irônico. Não te amo porque você em nossa primeira conversa disse que roubaria meu coração e me manipularia como todas as suas outras cobaias. Não te amo porque sua voz é doce e bonita, é atraente, mas, é como o canto da sereia, te atrai para a morte. Não te amo porque seu corpo, seus olhos, sua voz, seu sorriso, tudo em você é como a teia da aranha, como a luz que atrai os pequenos insetos e depois o eletrocutam, tudo em ti parece bom, parece desejável, parece tentador, você é misterioso e perspicaz, você é como a luz no fim de um túnel sem esperança, você é o perfeito equilíbrio do certo e do errado, do prazeroso e do que causa dor, do que fere e do que cura, você é tudo e nada, você é como eu. Não te amo porque você não me ama de volta. Dizem que os opostos que se atraem, e mais por essa razão não te amo porque somos parecidos. Não te amo porque você é tão diferente de mim: No sentido de ser intrigante, de ter uma beleza tão singular, de ser capaz de viver ao invés de só observar, de ser capaz de controlar tudo. Enquanto eu sou o caos e a paz, você é aquele quem deixa o caos em ordem e deixa a paz atribulada, enquanto eu sou o verbo você é a conjugação inteira, enquanto eu sou a ação, você é a reação, enquanto eu brinco de não sentir, você apenas não sente, ou mente pra si mesmo que não sente. Basicamente é por isso que não te amo, mas, até que amaria se você fosse meu primeiro amor e eu já não tivesse tão desgostoso e cansado de sofrer, até te amaria se eu fosse correspondido, se a distancia deixasse de existir, até te amaria se tivesse a certeza que depois de uma noite você ficaria pro café da manhã e depois fosse ficando nos próximos cafés até nunca mais ir embora, até te amaria se visse futuro em nossa relação, até te amaria se eu pudesse garantir que suportaria tudo ao seu lado, se pudesse estar contigo na doença, na saúde, na riqueza, na pobreza, nas crises, nas depressões. Até te amaria se amar fosse simples, mas não é, nada é simples, nada é tão fácil quanto parece, e o motivo principal de eu não te amar, é porque não quero te perder, infelizmente a vida tem essa mania de me tirar tudo que amo, e além disso nada dura para sempre, nem mesmo o amor e, você pra mim é mais que amor, é algo indescritível, indizível, inclassificável, você pra mim é meu “nada” pois não acho nada que te classifique, e todos sabemos que dentro de cada nada existe um tudo de emoções, de sentimentos, de coisas boas e ruins. Queria poder espessar-me melhor, mas não consigo. Portanto pra acabar esse texto antes que acabe os 3% de bateria do meu note, só te faço um pedido por mais que eu nunca vá te amar e você nunca vá retribuir: – Por favor, seja meu nada.”
— | – Por favor, seja meu nada... |
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